segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DE HIPO A SUPER


Olá pessoal!
Atendendo a pedidos, cá estou eu para contar mais algumas coisas para vocês.
Gostaram desta nova foto que tiraram de mim? Pois é, me pegaram de surpresa. Estava brincando de fazer buracos em meu cobertor, quando enfiei a cabeça em um deles. Até tinha me esquecido do negócio pendurado no meu pescoço... Não sei porque acharam-me tão engraçado.... Assim que o pai abriu a porta do quintal e me viu desse jeito, deu meia-volta e foi chamar os outros para verem também. Chegaram mãe, filha, e a surpresa foi a mesma, todos admirados comigo. Pediram para a filha correr e pegar a câmera. Logo depois, lá estava ela de volta com a máquina na mão. Aí então queriam que eu me apoiasse na cerca. Mas foi difícil de eu me erguer, pois pisava e enroscava no cobertor. Quando enfim consegui, veio aquela luz na minha cara, e pronto! Momento registrado. Gostaram?
Não sei porque tanta coisa por causa de um cobertor pendurado no pescoço. Falaram em super, super-homem, supercão, capa, voar e outras baboseiras. Não me sentia nada especial ou super só porque carregava aquele trapo vermelho comigo... Na verdade, senti-me forte, sim, por ter transformado o cobertor em um trapo todo esburacado. Somente isso. Mas é justamente sobre isto que quero comentar com vocês...
Sabe, de um tempo para cá estão me dando uns lanchinhos que, eu acho, têm a ver com esta força a mais que percebo ultimamente. Estava desconfiado que dentro deles tinha alguma coisa. Até que um dia, de tanta fome e pressa de comer, a mordida acabou saindo meio torta e o lanche abriu-se, deixando cair metade de um comprimido branco. Segredo descoberto! Desta primeira vez, não quis nem saber, meti o comprimido pro fundo da goela. Mas depois disto, quando acontece do remédio escapar, deixo que a mãe coloque-o dentro de um novo lanchinho, pois eu não sou bobo, assim consigo mais um petisco.
Então, como eu disse, esta disposição a mais que ando sentindo deve ter a ver com esses tais comprimidos. Antes deles eu me cansava à toa, o corpo pesava demais. Quando o pai brincava de bolinha comigo, eu ia pegar daquele jeito, arrastando as patas pelo quintal. E na volta era ainda pior, com a bola na boca, a cada passo que eu dava, ele parecia mais longe, esperando minha chegada, que não chegava nunca... Mas agora estou bem diferente, nada de moleza. Vou e volto bem mais rápido, uma maior facilidade em me movimentar, tudo ficou mais fácil e mais leve. Até eu devo ter ficado mais leve, pois acho que perdi uns quilinhos.
Um tempo antes de começarem a me dar os tais lanchinhos, levaram-me outra vez para aquele hospital. Não gosto nada de ir para lá. Sempre penso que vão me deixar, como da primeira vez, quando fiquei internado. Não quero mais que me abandonem, fiquei traumatizado. Então não vou contar nada sobre o hospital. Já estou cansado disso tudo. Mas só toquei neste assunto para comentar que, mal entrei no consultório, o veterinário disse que eu tenho... Como é mesmo o nome? Hipo... Hipotireoidismo, eu acho. Disse também que, com o remédio, eu ficaria mais esperto, com “outra cara”, foi bem assim que ele falou. E acertou em cheio, pois me sinto mais animado, agitado. Parece que estou voltando aos velhos tempos, quando era mais jovem, com mais energia. E pensar que já achavam que eu estava mais calmo, dorminhoco e gordo por causa da idade. Onde já se viu? Querem me deixar velho antes do tempo.
Bom pessoal, vou parando por aqui. Desculpe interromper assim meio que de repente, mas é que deve estar chegando a hora de mais um lanchinho e eu tenho que ficar a postos, esperando. Um abração! Tchau!